REMANSO FRATERNO - VALE A PENA CONHECER
HISTÓRIA DO REMANSO FRATERNO
O
trabalho social da SEF teve início na década de 1980 junto a uma comunidade de
Niterói, então conhecida como Favela do Gás. Com a maturidade da instituição e
a consequente experiência alcançada no desenvolvimento desse trabalho, a SEF
julgou oportuno e imprescindível dar um novo passo na direção da sistematização
das suas atividades assistenciais. Dessa forma, criou o Departamento
Assistencial, que, sob a denominação de Remanso Fraterno, veio dinamizar tais
atividades.
Fundado
em 20 de março de 1988, em terreno adquirido pela SEF, as atividades tiveram
início de forma muito simples, atendendo a população primeiramente na praça do
Rio do Ouro e depois no espaço onde hoje se localiza a portaria do Remanso
Fraterno.
Em
19 de dezembro de 1993, foi inaugurado o Prédio da Administração, em 18 de
dezembro de 1994, o Prédio do Setor de Saúde, e, em 26 de agosto de 1996, o
prédio do Setor de Educação.
A
partir do trabalho que vinha sendo desenvolvido com a comunidade, constatou-se
a necessidade urgente de uma escola em tempo integral, de forma a permitir que
as mães ou outras mulheres com função materna pudessem realizar a melhoria de
suas condições de vida através de emprego remunerado. Foi então que, em
1.º de junho de 1998, inaugurou-se o Núcleo Educacional Professora Clélia Rocha.
Em
2 de fevereiro de 2002, foi inaugurada a Creche Comunitária Professora Clélia
Rocha, em parceria com a Prefeitura Municipal de Niterói.
Mais
recentemente, em 30 de novembro de 2013, como resultado da reforma do Prédio da
Administração, foi inaugurada a nova sede da Diretoria
de Assistência Social, abrigando o Projeto Acolher é Transformar e as
atividades do Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos.
Em
2013, considerando o atual cenário do Sistema Único de Assistência Social,
SUAS, o Remanso Fraterno passou a ser uma entidade de Assistência Social de
Proteção Social Básica.
As
palavras de uma das dezenas de pessoas presentes nestes primeiros momentos são
preciosas para traduzir os sentimentos que permearam os dias iniciais do
trabalho no Remanso Fraterno:
Quando
recebemos a informação de que precisávamos montar uma equipe e começar um
trabalho no Remanso Fraterno, nome sabiamente sugerido pelo amigo espiritual
José Grosso, temos que confessar que ficamos surpresos e um tanto quanto
temerosos, pois lá era uma mata fechada, num bairro distante de Niterói, 30 km
aproximadamente de nossas residências, e nós tão urbanos…
Entretanto,
não nos faltou, em um só dia, orientações e instruções de nossos dirigentes.
Jamais eles colocariam nossas vidas em situações de risco. Estávamos certos
disto.
As
orientações do Raul (Teixeira) chegavam-nos com muita propriedade. A nossa
confiança nele e nos instrutores espirituais era tão grande que foi fundamental
para o nosso engajamento nessa empreitada. Amigos do espaço nos protegeriam, e
não nos faltariam as intuições para que iniciássemos naquela área rural uma
atividade dedicada à criança, dizia-nos ele.
Em
Abril de 1988, o espirito Joannes enviou à nossa equipe uma mensagem de
encorajamento, da qual transcrevemos alguns trechos:”
“Acompanhamos,
com os agradecimentos do Nosso Jesus, os nossos serviços que a nossa Casa, em
hora de reestruturação das lides assistenciais, vem operando. Nossos Maiores e
nós, igualmente, estamos empenhados na mais ativa realização fraternal e
operosa em nosso Remanso, amparados pelo Pensamento do Cristo, na ação de
vários dos seus Emissários.”
“…não
se abatam ante quaisquer empeços ou delongas, nessa ou naquela providência.”
“…seguiremos
alteando o nosso estandarte espirita, competindo a todos nós, que mourejamos em
nossa SEF, pôr mãos à obra e marcharmos para as ações que o Senhor de nós
aguarda e para o que nos tem oferecido as devidas condições. Não lhes faltarão
a assistência do Mais Além, como têm recebido os demais setores de nossa Casa.
Alegrem-se com os ensejos nobres de colocar energias jovens e vibração de
disposição e firmeza em favor do bem geral. Alimentem, assim, com clareza,
conhecimento e amor, os nossos pequenos que, em breve, se multiplicarão,
ofertando, todos, a Jesus, o tempo, os conhecimentos e o amor, cooperando com a
paz do mundo.”
Desnecessário
dizer aqui da alegria que sentimos ao lermos esta mensagem. Ela ainda é
alimento para nossas almas.
Já
nessa época, havíamos capinado uma parcela do terreno próximo à rua e
abrimos uma clareira, a fim de que pudéssemos percorrê-lo com segurança.
O
trabalho começou aos sábados e graças à ajuda de uma professora local, Nilma,
irmã de um amigo da SEF, Marcão, conhecemos muitas famílias, e estas permitiram
que seus filhos nos acompanhassem até o Remanso, caminhada de aproximadamente 2
km na ida e volta. Essa professora foi fundamental para que as famílias
acreditassem em nós.
Nessa
época, nenhum de nós possuía carro, portanto, o trajeto a partir de nossas
casas durava em média quase uma hora até a casa da prof.ª Nilma. Nós nos
reuníamos lá com as crianças, e carregávamos pranchetas, plásticos pretos em
quantidade para que todos nós pudéssemos sentar no chão. Levávamos também
material escolar suficiente para as aulinhas, galões de água, chocolate, pães e
caixa de primeiros socorros.
Era
uma festa!!! Tudo muito pesado, mas ninguém reclamava. Sentíamos uma alegria
tão grande em estarmos com as crianças que o trabalho árduo, cansativo não era
obstáculo para estarmos todos lá novamente no sábado seguinte. Durante este
trajeto, aproveitávamos de forma bem natural para conversarmos , obtermos informações
preciosas a respeito de nossos alunos.
Iniciamos
com peças de teatro, por isso, éramos conhecidos como os “tios do teatro”.
Todas as peças eram engraçadas. Amarravámos cada ponta de um lençol em duas
árvores e as crianças após o lanche, curtiam e interagiam com as histórias dos
bonecos de pano, confeccionados por Angela Deise.
Pouco
tempo depois, devido à necessidade, começamos o trabalho de reforço escolar.
Cada pedaço de plástico preto era uma série escolar. E apesar de nossa escola
ainda não ter paredes e teto, havia o respeito pelas regras. Mesmo sem recursos
materiais e sem o conforto de uma casa com salas e banheiro, pasmem, nada nos
impediu de realizar passeios pelo Remanso, promover reuniões de pais, festas
juninas e festa de final de ano. Tudo à sombra de nossa pitangueira, que ainda
servia de cabideiro para nossas bolsas e sacolas.
Durante
as chuvas repentinas, corríamos para a casa de um vizinho de nosso terreno, e
nos abrigávamos na varanda. Muitas vezes voltamos com as crianças debaixo dos
plásticos sob chuva intensa.
Com
o passar do tempo, chegamos à conclusão de que era hora de iniciar a
evangelização propriamente dita. Daí, uma equipe passou a atender as crianças
aos domingos.
No
dia 20 de março de 1988, Divaldo Franco esteve no Remanso a convite do Raul,
proferiu algumas palavras a respeito do trabalho que estava por vir e Dr
Bezerra de Menezes finalizou com uma prece a Jesus, rogando por todos nós. Foi
colocada deste modo, a pedra fundamental no RF.
O
tempo passou, inúmeros companheiros deixaram lá suas marcas de suor e luz,
outros precisaram sair por motivos pessoais, e tantos outros retornaram à
pátria espiritual.
Incontáveis
amigos de nossa Casa enviaram-nos recursos para levantar as casas que chamamos
de administrativa, saúde, escola e núcleo. (…).” Elaine
Dornellas
Fonte: http://www.remansofraterno.org.br/historia-do-remanso-fraterno/
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